Frases sobre Santo Tomás
“A Nosso amado filho, Tomás de Aquino, distinto tanto por sua nobreza de sangue como pelo esplendor de suas virtudes, a quem a graça de Deus fez penetrar o tesouro da ciência das Escrituras” (Papa Alexandre VI em uma carta a Santo Tomás).
“Frei Giacomo di Viterbo, Arcebispo de Nápoles, costumava dizer-me que cria, de acordo com a Fé e o Espírito Santo, que nosso Salvador havia enviado, como doutor da verdade para iluminar o mundo e a Igreja universal, primeiro o apóstolo Paulo, em seguida Agostinho, e finalmente, nestes últimos tempos, Frei Tomás, a quem, cria, ninguém excederia até ao fim do mundo” (testemunho de Bartolommeo di Capua nas audiências para a canonização de Santo Tomás, 8 de agosto de 1319).
“Doctrina eius non potuit esse sine miraculo” [Sua ciência não pode ser explicada sem admitir um milagre] (Papa João XXII, 1323).
“Porque Tomás iluminou a Igreja mais que todos os outros doutores” (João XXII, 1323).
“Os que seguiram a doutrina de Santo Tomás de Aquino não se desviaram jamais da chama da verdade, e quantos a combateram foram suspeitos de erro” (Papa Inocêncio VI [?–1362]).
“Deveis seguir a doutrina do bem-aventurado Tomás, como verdadeira e católica, e aplicar todas as vossas forças a desenvolvê-la” (Papa Urbano V em uma Carta à Universidade de Toulousse, 1368).
“Lembrava de tudo o que havia lido, de tal maneira que sua mente era como uma grande biblioteca” (Santo Antônio de Florência [+ 1459]).
“Non minus inter sanctos doctissimus quam inter doctos sanctisimus” [O mais santo dos homens cultos e o mais culto dos homens santos] (Cardeal Johannes Bessarion [1403–1472]).
“Doctores sacros, quia summe veneratus est, ideo intellectum omnium quodammodo sortitus est” [Porque teve a mais profunda veneração pelos santos doutores da Antiguidade, adquiriu, de certa forma, a inteligência de todos eles] (Tomás de Vio Cayetano, superior geral da Ordem dos Pregadores, Cardeal [1469–1534]).
“O que completa admiravelmente os méritos de um doutor tão grande é que nunca o viram desprezar, ferir ou humilhar a nenhum adversário; ao contrário, tratou-os a todos com grande bondade e respeito” (Bento XIV, 1753).
“Citarei somente o Angélico Doutor Santo Tomás, porque ele sozinho vale por dez mil testemunhos, e sua doutrina é certa, segura e muito fundamentada; e com as verdades da Teologia escolástica aponta altíssimos pensamentos e sentimentos da Mística, porque ambas são muito irmãs” (Venerável Luis de la Puente, S.I. [Meditaciones Espirituales, Introd.]).
“A Igreja possui dois incomparáveis monumentos, o Catecismo e a Summa Theologica de Santo Tomás de Aquino; um é para os ilustrados, o outro é para os cultos” (Beato Antoine-Frédéric de Ozanam [1813—1853]).
“Devo tentar… devo tentar descrever esse homem e sua obra? Seria como tentar dar uma idéia perfeita das pirâmides descrevendo sua altura e ângulo. Se quereis conhecer as pirâmides, não vos contenteis em escutar uma descrição; cruzai os mares; ide à terra onde tantos conquistadores deixaram suas pegadas; adentrai desertos de areia, e aí estarão erguidas diante de vós, algo solenes, algo grandiosas, algo calmas, imutáveis e profundamente simples… as pirâmides!” (Jean-Baptiste-Henri-Dominique Lacordaire [1802–1862]).
“Tudo o que posso saber sobre Teologia aprendi-o de meus livros favoritos, a Summa de Santo Tomás e o tratado De Locis Theologicis de Melchor Canus, um discípulo do Aquinate” (Cardeal Gil, Arcebispo de Saragoça, Concílio Vaticano I).
“Entre os doutores escolásticos, Tomás de Aquino ocupa lugar preeminente como príncipe e mestre de todos eles” (Papa Leão XIII, Encíclica Aeterni Patris [1879]).
“Urgentemente vos exortamos, para a defesa e a glória da fé católica, para o bem da sociedade, para o progresso de todas as ciências, a restaurar a preciosa sabedoria de Santo Tomás e propagá-la tão longe como possível” (Leão XIII, Encíclica Aeterni Patris [1879]).
“Aqueles que desejam ser verdadeiramente filósofos (e os religiosos devem ser os primeiros a pretendê-lo) estão obrigados a assentar os princípios e fundamentos de sua doutrina em Santo Tomás de Aquino” (Leão XIII, Carta à Ordem dos Frades Menores (Franciscanos), 25 de novembro de 1898).
“Se se encontram doutores cuja doutrina não está de acordo com a de Santo Tomás de Aquino, e qualquer que seja seu mérito, não há dúvida possível, deve ser preferido este aos primeiros” (Leão XIII, Carta à Companhia de Jesus, 30 de dezembro de 1892).
“Sempre desde a ditosa morte do Santo Doutor, a Igreja não manteve um só concílio sem que ele estivesse presente com toda a riqueza de sua doutrina” (São Pio X, Motu Proprio Doctoris Angelici).
“Cum Thomae doctrinam Ecclesia suam propriam edixit esse” [A Igreja declara que a doutrina de Tomás de Aquino é a sua] (Bento XV, Encíclica Fausto Appetente Die, 29 de junho de 1921).
“Quanto a nós, ao fazermos eco deste coro de recomendações tributadas àquele sublime gênio, aprovamos não só que seja chamado Angélico, mas também que se dê a ele o nome de Doutor Comum ou Universal, dado que a Igreja fez sua a doutrina dele, como se confirma por muitíssimos documentos” (Pio XI, Encíclica Studiorum Ducem, 29 de junho de 1923).
“A todos quantos agora sentem sede da verdade, dizemos-lhes: ide a Tomás de Aquino” (Pio XI, idem).
“Pela primeira vez sucedeu que um Concílio ecumênico recomendasse um teólogo; isso se deu com Santo Tomás [no Vaticano II]” (Paulo VI, Lumen Ecclesiae, 20 / XI / 74, 24) .
“Mestre insubstituível da sabedoria humana e divina” (Paulo VI).
“Quantos textos de igual sentido se poderiam citar, não somente do P. Congar e do Sr. Gilson, mas do Padre Sertillanges (especialmente em seu diálogo com Bergson), do Padre Chenu e de todos aqueles para quem o tomismo foi princípio de presença para os problemas do mundo e não de evasão!” (H. M. Féret).
“Desde o início do meu pontificado não deixei passar ocasião propícia sem evocar a excelsa figura de Santo Tomás, como, por exemplo, em minha visita à Pontifícia Universidade «Angelicum» e ao Instituto Católico de Paris, na alocução a UNESCO e, de maneira explicita ou implícita, em meus encontros com os superiores, professores e alunos das Pontifícias Universidades Gregoriana e Lateranense” (João Paulo II).
“Este grande doutor, cujo ensinamento foi tantas vezes elogiado e recomendado por meus predecessores, também intercede hoje e constitui exemplo para todos os membros da escola católica. Na vida e na obra de Santo Tomás encontrareis o modelo tanto do discípulo como do mestre católico” (João Paulo II).
“O Santo Doutor chegou ao duplo resultado de repelir por si só todos os erros dos tempos anteriores, e de fornecer armas invencíveis para dissipar os que não deixarão de surgir no futuro” (Leão XIII, Aeterni Patris, § 25).
Glorificação do tomismo pelo Magistério eclesiástico
Trechos da obra Introduzione a San Tommaso — La metafisica tomista e il pensiero moderno, de autoria do Pe. Cornelio Fabro, falecido em 1995, e um dos maiores comentadores contemporâneos do Doutor Angélico. Tais excertos se referem a documentos de dois Papas que apoiaram francamente a filosofia de Santo Tomás: Leão XIII e São Pio X.
“A penetração do tomismo no pensamento e na atividade doutrinária da Igreja teve o seu início oficial com a canonização do Angélico por João XXII, em 1323, e foi-se consolidando cada vez mais, malgrado as oposições, até obter prestígio sem igual durante o Concílio Tridentino. Mas somente nos tempos modernos a Igreja declarou Santo Tomás de Aquino o seu próprio Doutor oficial […].”
“Leão XIII pode ser considerado o verdadeiro iniciador do movimento, com a Carta Encíclica Aeterni Patris, de 4 de agosto de 1879 […].”
“A obra de Leão XIII a favor de Santo Tomás pode resumir-se a dois pontos: 1) Santo Tomás é declarado o único Mestre oficial das escolas católicas de toda a espécie; 2) o objeto principal da declaração é a retomada da filosofia tomista.”
“O seu sucessor [São Pio X] — o qual, quando Bispo de Mântua, já ensinava no seu seminário a Summa contra Gentiles — continuou no sulco aberto renovando as prescrições leoninas e aguçando-as, em cada ocasião, com particular vigor. Destacamos os principais pronunciamentos.”
“Apenas elevado ao sólio pontifício, no dia 23 de janeiro de 1904, o santo Pontífice dirigia à Pontifícia Academia Romana de Santo Tomás um Breve especial, no qual resumia e confirmava os atos solenes de Leão XIII, insistindo que o objetivo da Academia era ‘explicare, tueri, propagare doctrinam, præsertim de philosophia Angelici Doctoris’ (Ensinar, sustentar e propagar a doutrina, especialmente a filosofia do Doutor Angélico).”
“Não pode haver nenhum tipo de dúvida a respeito da natureza da deliberação do santo Pontífice: deve-se seguir Santo Tomás como a um mestre na filosofia e na teologia, porque ‘afastar-se de Santo Tomás num só ponto, especialmente nas coisas da metafísica, não ocorreria sem grave dano’. Quanto ao ‘conteúdo’ deste retorno ao tomismo, Pio X mencionou sobretudo ‘aquilo que na sua filosofia constitui os princípios e as teses de maior importância’ (principia et pronuntiata maiora).”
“Para tornar mais preciso este ponto, que podia suscitar embaraço — a apenas um mês da morte do santo Pontífice — a Sagrada Congregação para os Estudos providenciou a publicação, com a assinatura do Prefeito, Cardeal Lorenzelli, de um elenco de 24 teses e proposições que a ela tinham submetido alguns professores, para ter garantia de um tomismo seguro: Aprovação de algumas teses contidas na doutrina de Santo Tomás de Aquino e propostas pelos mestres de filosofia […].”
“O ato mais solene do santo Pontífice a favor do tomismo é sem dúvida o Motu Proprio Doctoris Angelici, de 29 de junho de 1914, quase na vigília da sua morte. Nele o Sumo Pontífice, de início, recordava a encíclica de 1º de setembro de 1910, Sacrorum antistitum, na qual afirmava com autoridade ao episcopado católico o significado preciso do retorno a Santo Tomás, e se lamentava deplorando o fato de que alguns tivessem entendido o præcipue da Encíclica Pascendi no sentido de ‘não unicamente’, quase como se fosse permitido, ao mesmo tempo, seguir os outros doutores escolásticos em algum ponto de filosofia, embora estivessem em contradição com o tomismo […].”
“Sublinhava a eficácia do tomismo contra os erros modernos: ‘Tanto mais pelo fato de que, se a verdade católica fosse privada do válido auxílio que estes princípios lhe emprestam para defendê-la, se procurará em vão algum elemento na filosofia que acolha, ou pelo menos não repila, os princípios errôneos sobre os quais se apóiam o materialismo, o monismo, o panteísmo, o socialismo e as diversas espécies de modernismo. Os pontos mais importantes da filosofia de Santo Tomás não devem ser considerados à maneira de opiniões, discutíveis sob qualquer aspecto, mas antes bem como fundamentos sobre os quais se baseia toda a ciência do natural e do divino; caso se recusem ou, de qualquer modo que seja, se corrompam tais pontos capitais, seguir-se-á necessariamente que aqueles que estudam as ciências sacras não poderão nem sequer entender o sentido das palavras com que o Magistério da Igreja expõe os dogmas revelados por Deus’.”
“Esta última é uma advertência de particular importância metodológica. Portanto, concluía como que aflito o santo Pontífice: `Nós queremos advertir todos aqueles que se ocupam do ensino da filosofia e da teologia de que, caso se afastem do Aquinate ainda que num pequeno ponto (si ullum vestigium), especialmente em metafísica, tal não ocorrerá sem grande prejuízo’.”
“Outra novidade do insigne documento é a injunção de que, nas Universidades, Faculdades e outros Institutos Superiores, públicos ou pertencentes a ordens religiosas, que tenham recebido o poder de conferir títulos acadêmicos (em teologia), seja adotada como texto oficial a Summa Teologica de Santo Tomás. A respeito disto o santo Pontífice recordava o dito de João XXII, que em 1323 tinha canonizado em Avignon o ‘bom frei Tomás’: ‘Ipse (Thomas) plus illuminavit Ecclesiam, quam omnes alii doctores: in cuius libris plus proficit homo uno anno, quam in aliorum doctrina toto tempore vitæ suæ’ (Ele ilustrou mais a Igreja do que todos os outros doutores: em seus livros, um homem tira mais proveito num ano do que na doutrina dos outros durante toda a vida).”
A seguir, significativos excertos dos parágrafos 24, 25 e 29 da famosa encíclica de Leão XIII:
“Entre todos os Doutores escolásticos, brilha, com brilho sem igual, o seu príncipe e mestre de todos, Tomás de Aquino, que, como observa Caietano, ‘por haver profundamente venerado os Santos Doutores que o tinham precedido, herdou de alguma sorte a inteligência de todos’. Tomás reuniu as doutrinas deles como os membros dispersos de um corpo, reuniu-as, classificou-as numa ordem admirável, e enriqueceu-as de tal sorte, que ele próprio é, com justa razão, considerado o defensor especial da honra da Igreja (§ 24).”
“O Santo Doutor chegou ao duplo resultado de repelir por si só todos os erros dos tempos anteriores, e de fornecer armas invencíveis para dissipar os que não deixarão de surgir no futuro (§ 25).”
“Porém a maior honra tributada a Santo Tomás, só a ele reservada, e que não compartilhou com nenhum dos Doutores católicos, veio-lhe dos Padres do Concílio de Trento: quiseram eles que, no meio da santa assembléia, com o livro das divinas Escrituras e dos decretos dos Pontífices supremos, no próprio altar fosse depositada, aberta, a Summa de Tomás de Aquino, para que nela se pudessem haurir conselhos, razões e oráculos (§ 29).”
Acta Sanctæ Sedis, XXXVII (1904), p. 654; cfr J.-I. Berthier, Sanctus Thomas Aquinas “Doctor communis” Ecclesiæ, Roma, 1914, p. 272.